Refletir sobre o processo de envelhecimento é reconhecer a trajetória de quem ajudou a construir a sociedade em que vivemos. Nesse contexto, o Atendimento Domiciliar Digital (ADD) surge como uma resposta concreta e sensível aos desafios atuais do cuidado em saúde. Unindo tecnologia, proximidade e acolhimento, o modelo leva suporte especializado diretamente ao lar.
O ADD é uma solução de telemedicina que oferece consultas médicas remotas a pacientes com dificuldade de locomoção, garantindo acompanhamento contínuo, redução de internações e melhor qualidade de vida. A iniciativa também reforça princípios do Estatuto da Pessoa Idosa, como dignidade, autonomia, proteção e acesso qualificado à saúde. Ele integra o Programa Saúde Digital Paulista, por meio do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Saúde Digital (PDI Saúde Digital) da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo (SES-SP), em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).
Como o ADD qualifica o cuidado das pessoas idosas?
O ADD atende diferentes perfis de pacientes, muitos deles em condições que exigem atenção frequente e acompanhamento sensível. Entre os principais grupos beneficiados estão:
- Pessoas com doenças crônicas, com foco em prevenção de complicações;
- Pacientes após internação, em processo de recuperação e que requerem monitoramento estruturado, reduzindo risco de reinternações;
- Indivíduos em cuidados paliativos, que necessitam de manejo de sintomas, conforto e um olhar integral para sua qualidade de vida;
- Pessoas em situação de vulnerabilidade, reconhecendo que condições sociais e ambientais interferem diretamente na saúde e, portanto, demandam cuidado mais próximo e contínuo.
Um cuidado que valoriza, acolhe e protege
Com o suporte do ADD, as equipes de saúde conseguem acompanhar a pessoa idosa de maneira mais efetiva e humanizada. Tablets conectam pacientes e profissionais de forma segura, reforçando o papel da APS como coordenadora do cuidado e garantindo que o atendimento chegue ao cotidiano das pessoas. Essa abordagem reduz deslocamentos desnecessários, fortalece vínculos e garante que o cuidado chegue exatamente onde ele é mais importante: no cotidiano das pessoas.
Moradora da cidade de São Roque, a sra. Tereza Aparecida Domingo, de 89 anos, passou por uma consulta pelo modelo do ADD, e conversou com o médico pelo tablet: “Ele está acompanhando meu tratamento, me prescreveu remédios. É bom poder falar com ele pela tela. A gente vai se acostumando, cada dia a gente aprende uma coisa. É bom não ter que sair de casa para isso, o deslocamento até o posto de saúde exige demais da gente. No passado, eu ia de ônibus, levava quatro crianças, é complicado”, conta. “O médico é muito gentil, é bacana, atencioso, entendo bem o que ele fala. Ele é muito educado para falar com a gente, facilita nosso entendimento. Com essa consulta pelo tablet, nós, idosos, ganhamos mais qualidade de vida”, conclui.
Ao ampliar o acesso, promover autonomia e fortalecer a proteção dos idosos, o ADD se consolida como uma ferramenta estratégica para valorizar essa etapa da vida. Em um cenário em que o envelhecimento populacional exige respostas inovadoras e sustentáveis, investir em modelos que aproximam o cuidado do lar é um passo fundamental para construir um futuro mais digno e inclusivo para todos.




